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2004-01-02

O que é que a Bahiana Tem?
Sobre: "A Comida Baiana de Jorge Amado ~ Paloma Jorge Amado"

O que é que a Bahiana tem? Tem sabor, tem requinte, tem uma comida com um paladar sem igual!

Neste livro de Jorge Amado é possivel visitar a gastronomia bahiana e todos os misticismo que a envolvem.

Quem já esteve na Bahia, com certeza, não há-de esquecer nunca o cheirinho e o delicioso sabor da comida Bahiana.

Não há nada como um bom Vatapá, um Acarajé ou uma Moqueca. Só de me lembrar fico com água na boca. Sabores tropicais como o azeite de dendê, o côcô ou o pirão, são aliados de momentos inesquecíveis passados na Magia da Bahia.

Situada o tão famoso paralelo do misticismo (o mesmo do Tibete e do Triangulo das Bermudas), a Bahia é, sem dúvida um Estado cheio de Mistérios e maravilhas tão divinas como a sua rica gastronomia influenciada quer pela cultura europeia, quer pela africana e pela indigena.

Este excelente livro, não é mais que um roteiro gastronómico pela divina Bahia!
Só podia ser na Bahia!
Sobre: Gabriela, Cravo e Canela ~ Jorge Amado

Para mim que tive o privilégio de conhecer a cidade de Ilhéus, foi um prazer sem tamanho ler esta obra.

A realidade está toda lá, desde o "boteco" onde se desenrolam muitas das cenas, até ao pôr-do-sol encantador que com certeza inspirou Jorge Amado nesta obra.

O romance passa-se em Ilhéus no ano de 1925, uma cidade que florescia em progresso graças ao cacau que enriquecia fazendeiros e exportadores, trazendo prosperidade geral. Esta é uma obra de grande qualidade, que retrata a liberdade e os interesses da Bahia dos anos 20.

Aconselho vivamente, um livro de fácil leitura e que contagia.
Uma verdadeira Epopeia
Sobre: "Viva o Povo Brasileiro ~ João Ubaldo Ribeiro"

Viva o povo brasileiro é um espetáculo que fala, não dos feitos ou da história dos brasileiros, mas da sua alma. Esse sopro invisível que faz vivo um povo e que o determina.

Em cena temos o povo brasileiro e as suas contradições, os seus motivos de orgulho e de vergonha,as suas diferença remendadas com o fio moreno de nossa cultura.

É um espetáculo divertido, contraditório, irreverente, apaixonado, anárquico, lírico, misturado, musical.

Viva o povo brasileiro é quase uma ópera popular. Queríam repartir com o público a sonoridade de terras brasileiras e nada melhor cantos indígenas, africanos, religiosos, folclóricos, a harmonia sofisticada e poética de Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Edu Lobo, João Bosco, e músicas originais compostas por Fernando Brant e Gilvan de Oliveira.

A ter em Conta
Sobre: "Inteligência Emocional - Daniel Goleman"

Lembro-me de ter ouvido falar deste assunto, pela primeira vez, na faculdade.

Era aluna do Dr. Marques Mendes e este era o seu livro de cabeceira na altura. Comentou que era um factor importante a Inteligência Emocional e aconselhou-nos este livro.
Realmente este livro é bastante acessivel e fala de uma questão na qual quase nunca paramos para pensar.

A Inteligência não é exclusivamente o tão famoso QI, é muito mais que isso. A Inteligência não é só o discernimento, é também a parte emocional. Não agimos unicamente pela inteligência, mas sobretudo pelas emoções.
É este o pilar que sustenta este livro.

Um livro muito bom, muito simples e interessante, recomendado a quem quiser enriquecer o seu conhecimento, na área da psicologia e não só, de uma forma geral àqueles que sentem necessidade de se relacionar com os outros.
Viva a Intercultura!!
Sobre: "Casamento Debaixo de Chuva"

Muiiito Bommmm... Se querem saber, vale a pena ir ver este filme. Tive a sorte de receber convites para a ante-estreia e confesso que pensei "deve ser mais um daqueles filmes indianos que ninguém suporta", mas não... Saí leve, muito leve do cinema. Este é daqueles filmes que me deliciam, pela subtileza e pela simplicidade das cenas que não caem no ridículo, nem são matematicamente previsíveis como qualquer filme de hollywood. Para quem viu o enredo assemelha-se ao "Gato Preto Gato Branco", casamentos, encontros, amizades, paixões e algum humor. Vale a pena ver.
Mais um exemplar do "Dogma". Será?
Sobre: "Italiano Para Principiantes"

Um novo "Dogma", que recorre ao uso de cortes abruptos, à espontaneidade das imagens produzidas pela câmara na mão e alguns outros pormenores técnicos, facilmente constatáveis, a olho nú, pelos especialistas.

Pouco tem a ver com a dissecação amarga da sociedade, dos seus personagens sem solução…

"Italiano para principiantes" é, sim, uma das mais recentes produções a receber o certificado do "Dogma", embora tenha escapado um pouco às regras da sua escola de origem. O bastante para que se possa referenciá-la, nas resenhas dos jornais, como "comédia romântica", rótulo que causaria arrepios aos ortodoxos do movimento:-)

Enfim, sem cobrar qualquer tipo de fidelidade de Lone Scherfig, directora desse rebento rebelde, "Italiano para principiantes" envolve, comove e causa impacto pelo tratamento conferido ao tema, cuja matéria é o homem comum, os seus sentimentos mais ou menos elementares e os seus relacionamentos com os outros. Tudo exibido conforme a estética do "Dogma", com uma fotografia crua que exibe rostos desnudos, ambientes desprovidos de charme, vidas banais. Mas, tudo isso, de modo “delicado e tremendamente humano” , ou seja, na contra-mão do "Dogma"...

Impossível é não estabelecer uma empatia em relação ao grupo de trintões reunido em torno do interesse pela língua italiana, espécie de passaporte para o mundo do sonho, da realização pessoal, da felicidade. Não é à toa que se ouve, de repente, a conhecida ária de "La Bohème", ajudando a montar o contraponto às tragédias do quotidiano dos personagens. Duas dessas personagens, por sinal, ostentam nomes inspirados no mundo da Ópera- Olympia e Carmen - a reforçar o vínculo com a Itália e suas tintas românticas, função também exercida pela Maserati, carro italiano do excelente Anders Berthelsen, na pele do pastor Andreas, expressivo personagem entre tantos igualmente bons.

Sobre as tais tintas românticas, é verdade que o enredo exagera na dose. Mesmo para os nossos corações latinos - familiarizados com o estereótipo do apelo de dias ensolarados, almas disponíveis e desejos.

Eis que, de repente, após cenas realistas de um filme realista, avista-se a torre de San Giorgio Maggiore e ... desembarcamos em Veneza. A partir desse momento, instala-se uma espécie de tributo a Hollywood e o ambiente fácil da tal "comédia romântica" toma de nós.

Em repúdio à patrulha e ao mau humor, posso dizer, também, que as pessoas que o viram comigo no cinema saíram da sala com a certeza de terem assistido a um filme interessante, com marcantes nterpretações, no qual até a originalidade dos créditos finais é cativante. Ocorre-nos que, no enredo, são muitas as cenas em que algo fica em suspenso, prestes a acontecer: um personagem quase corta o cabelo; outro, quase fala italiano; um terceiro, é quase feliz, etc.

Então: "Italiano para principiantes" é quase um óptimo filme.

Cruel Humanidade!
Sobre: "Dogville"

Chocante, é esta a palavra que melhor descreve este filme e, de uma forma geral toda a obra de Lars Von Trier.

Vi este filme, poucos dias após a sua estreia. O cinema estava replecto, mas muita gente saiu a meio, sem esperar pelo excelente final.

Só mesmo Lars Von Trier ( e talvez o “nosso” João César Monteiro), se lembrariam de fazer um filme…sem cenário. Pois é, todo a acção se desenrola num cenário negro, onde as casas e jardins se encontram pintados no chão.

Dogville é uma cidade, de apenas 15 habitantes que vêem a sua vida mudada com a chegada de uma rapariga de uma cidade vizinha… Ela é, nem mais nem menos, Nicole Kidman, no papel principal.

Como já é habitual nos filmes de Lars Von Trier, a acção começa por nos mostrar o lado “bonitinho” da humanidade, que perante a adversidade das circunstâncias, se vai “transformando” e assistimos então ao “estalar do verniz” das personagem que inicialmente nos enterneceram, e que passam de “Belas” a “Monstros”, deixando-nos pasmos com tanta crueldade.

Saí do cinema com dezenas de perguntas em mente, todas elas subjectivas.

Afinal, “Dogville”, não passa de uma metáfora, mas que, quanto a mim, tem muito de real, muito de aparências, de uma aparente bondade, de uma aparente gentileza que se transforma consoante os interesses de cada pessoa. E como não poderia deixar de ser, o final é surpreendente. O ambiente caloroso que se vivia até então, vai dar lugar à Vingança. Provavelmente, se fizéssemos uma experiência deste tipo numa aldeia do interior, o resultado, não seria tão brutal, mas muito semelhante… Afinal, esta realidade que nos parece tão distante e fria, se calhar, está bem mais próximo do que possamos imaginar.



Todavia, quanto a mim, uma falha muito grave ocorreu aquando da escolha da actriz principal. Nicole Kidman, continuará a ser uma actriz Hollywoodesca, e pouco drama confere a este “Dogville”. Para quem viu “Dancer In The Dark” e se deixou levar pelo fantástico protagonismo de Björk, saiu, com certeza, desiludido com este papel de Nicole Kidman, que com a sua carinha “sem expressão”, fez com que o filme perdesse alguma da carga que poderia ter. Enquanto passeia, enquanto faz limpezas, ou mesmo quando é violada, a sua expressão é sempre a mesma…

De qualquer forma, achei este filme muito bom… para quem pensa mais além, e se interessa por este tipo de questões e de filmes, onde nem tudo nos é mostrado, mas onde as perguntas que ficam em nós, são uma constante.


O Bom do Cinema Latino Americano
Sobre: "E a Tua Mãe Também"

Definitivamente, o cinema latino-americano encontra-se mais vivo do que nunca. Surpreendeu-me a maturidade do cinema mexicano nesta produção "E a tua mãe também".

Trata-se de uma obra que consegue perpassar simultaneamente os dilemas e conflitos individuais, assim como as contradições sociais de um país inserido na globalização, mas, ao mesmo tempo, replecto de regiões que ficam apartadas deste processo.

No que diz respeito aos dilemas e conflitos individuais, o triângulo amoroso que se forma entre Tenoch, Júlio e Luíza é fascinante ao expressar as descobertas que cada um faz no decorrer da viagem até à praia da "boca do céu".

Paralelamente, toda a viagem demonstra um mosaico de personagens que habitam o interior do México e encontram-se fora da ordem globalizante. No entanto,este facto não é apresentado como uma tragédia e sim com a alegria da vida que se pode levar fora dos moldes capitalistas tradicionais, enquanto este não se estende a todas as áreas. O exemplo maior é o de um pescador que os personagens encontram na praia e com o qual convivem nos últimos dias de sua aventura. Este pescador passa o arquétipo do "homem feliz" no seu meio ambiente. Facto que o narrador faz questão de destacar como que já determinado a acabar.

O papel do narrador é uma das mais brilhantes características do filme. A narração, feita na terceira pessoa, de forma sóbria e comedida, dá o ritmo para se compreender as mudanças que vão ocorrendo e as relações entre a visão individual e o contexto social. Portanto, este filme é imperdível para todos aqueles amantes da arte cinematográfica e da poesia que é a vida!
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